minha dor não é mais azul que o céu de maio.
e essa vontade de transformar
tudo que eu sinto em outono
como as árvores que escolhem
o dia mais bonito do ano
para se livrar
das folhas que não lhe servem mais.
minha dor não é maior que a Praça de Maio.
e essa vontade de marchar
tudo o que eu sinto em protesto
como as mães que escolhem
o mês mais bonito do ano
para chorar
por tudo aquilo que não volta mais.