segunda-feira, 22 de abril de 2013
abril
a espera é uma pera
verde
na fruteira
paciente e imperturbável
sob o vôo de uma abelha
pura cica
carne dura e agridoce
as frutas em abril tem gosto de saudade
me gustaría escribir en tu piel, pero no tengo más que este muro
quando eu vi sua pele,
quis fazer de superfície
a imagino com frequência
em um mar de cobertores
a um oceano daqui
moldando diferentes formas
enquanto dorme
encolhendo no frio
esparramando durante o sono
acomodando nas roupas
e saindo para trabalhar
a imagino solta, virando água no chuveiro
com picadas de mosquito
deixando crescer os cabelos
penso nela como papel
absorvendo poemas que eu escreveria
se você estivesse agora
a três praias daqui
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