quinta-feira, 28 de junho de 2012

os escafandristas


na luz do inverno
o mar cintila escamas
um imenso peixe
ondulando
na superfície de si mesmo

azul
azul mais verde
a mais verde que existe
lilás madrepérola
um brilho distante
cortextura
um Van Gogh no Leblon

penso no pintor
e em seu país submerso
imagino o Rio
e os escafandristas
como Chico cantou

vasculhariam meu quarto
e o que encontrariam?
alguns poemas
flutuantes
amores-espuma
e saudades nas estantes

ondulo
na superfície de mim mesma
os poros cintilam suor
como escamas de um peixe

mergulho



4 comentários:

  1. e se cortasse a última linha?
    não quero terminar infinitivo

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. sabe, eu reli esse poema agora e pensei que o poema acabou no mergulho. é difícil pra quem escreve admitir que o poema acabou sozinho.

      Excluir
  2. O que o escafandrista faz é mergulhar. Então 'mergulho' como verso final é justo...

    ResponderExcluir