sexta-feira, 30 de julho de 2010

Rua Agostinho Menezes

A minha primeira casa
era feita de mãe, de vó, de bisa,
quatro gatos gordos
e tudo que a gente não jogava fora
em uma rua que fechava
aos domingos na Tijuca.
Nos fundos
dava pra ver o sol nascer
pra mais tarde virar lua
na janela da sala.
Os móveis eram antigos
os quartos amplos
cheios de nostalgia
e pelo.
O relógio de parede
estava sempre atrasado.
Os livros na estante,
empoeirados.
Na mesa,
ninguém comia
mas a música era sempre alta
e ninguém reclamava.

8 comentários:

  1. ... lembranças gostosas de se imaginar mesmo para quem não as viveu

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  2. E tinha uma banheira cheia de açaí onde você tomava banho.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. tudo q é bom nós nos lembramos das melhores formas e sentidos ;D
    e descrevemos do nosso melhor geito
    lindo!
    adorei;D

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  5. Muito legal ter essas lembranças, pois são elas que nos fazem ser o que somos hoje...
    Gostei tb dos 4 gatos gordos, deviam ser lindos!
    Adoro gatos!!!

    Beijinhos e ótimo domingo.

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  6. Seu poema tem cara de domingo à tarde... aquele vazio que dá antes de se começar uma nova semana. Domingo é o dia que liga o passado ao futuro (preciso escrever alguma coisa sobre isso), mas essa casa, e juro, a casa da minha avó tinha uma cara parecida com a da sua! Não gosto de gatos, mas adoro música e móveis antigos!

    Bejo!

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  7. teu poema existe quando acabamos de ler e some quando começamos a ler.

    ou somos nós que não existimos antes de ler?

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  8. -É... to ficando viciado em Flávia Dôria...

    -É mesmo cara.



    -Você gosta de coisa antiga né

    -Não é tão antigo assim, Vinícius de Moraes é bem mais...

    -Deixa eu entrar na minha cápsula do tempo pra ver isso de perto.

    (Conversa entre dois adultos no ano de 2134)

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