domingo, 20 de junho de 2010

monóxido de laranja


Na ponta do pé

ela se debruça,
encosta o peito
no parapeito
se esticando toda
para o fim de tarde.
Não via o sol,
este ausente
deixou apenas
o seu calor
de cor
de toranja
madura.
Céu nublado,
por entre a franja,
apenas via
tufos de algodão
embebidos
em Fanta Laranja.

Sai da janela, menina!
Deixe de bobagem,
que isso é só poluição.

-
Esse aqui é pro meu amigo Dorly e todos os sonhadores que detestam ser acordados. ;)

6 comentários:

  1. Juro que gostaria de pegar estas nuvens e espremê-las na boca!

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  2. Só você sabe da minha felicidade ao ler isso *_*

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  3. poesia tem ser poluída de si-mesmo né?
    poema muito limpo não suja a gente de pureza poética...
    o teu chegou a me queimar um pouco:
    é porque laranja é ácido
    tem que limpa a mão pra poder ir no sol...

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  4. Uma vez eu fiquei tanto tempo olhando pro sol que os meus dois olhos explodiram.

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  5. Muito criativo e, como sempre, bem escrito!

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